Como será a empresa do futuro?
Texto de Carlos Nepomuceno
Depois da palestra Sou+Web na Faculdade Hélio Alonso, sábado passado, na qual tinha um pessoal da TIM perguntando: “Afinal, como será a empresa do futuro?”, fiquei a pensar com o meu mouse…..
Disseram eles: “A nossa empresa… é uma prestadora de serviços na área de telefonia celular”.
Pois bem… imagino que hoje começamos a mudar o patamar de algo vertical para horizontal. De algo “eu faço e toma pronto” para “vem aqui fazer junto comigo que eu te dou uma força mais adiante. Te dou algo que é a tua cara e você pode alterar quando quiser”.
O mercado era um porque o ambiente de conhecimento era um; mudou o ambiente de conhecimento, a partir das novas tecnologias de informação e comunicação, e estamos diante de um novo mercado.
É uma fase de transição dolorosa, mas necessária.
Antes: eu bolo meu produto aqui e coloco lá no mercado…
Mas hoje, com o processo colaborativo, o mercado está aqui, está lá, ou em todo o lugar? Existe ainda dois espaços, ou um só? Já que é muito barato você trazer o seu consumidor para dentro da “bolação” do seu produto… o tal “prosumidor”.
Quando alguém coloca o consumidor para preparar a sua própria estampa da camiseta, fazer ele mesmo o seu pacote de turismo ou produzir o seu próprio carro, o que na verdade está se fazendo?
Com um custo barato, via internet, estamos pedindo para o prosumidor clicar e ordenar para o robô da fábrica algo que ele já está comprando, não algo que vai comprar.
É uma redução enorme de corte de custo: pesquisa, marketing, estoque… tudo!
Ou seja, tentar enfrentar esse futuro pensando com a cabeça do passado é algo meio demodé… vai consumir dinheiro e não vai nos levar a lugar nenhum.
Assim, quando a empresa pensa no seu negócio, não pode mais pensar em que é uma empresa de serviço… está indo pela caminho errado. Ela ERA uma empresa de serviços, agora é uma gestora de comunidades que tenta resolver determinados problemas de seus prosumidores.
TIM, empresa gestora de comunidades de usuários de equipamentos móveis. É preciso que o usuário possa ele mesmo fazer o seu próprio plano, dizer com que amigos agora ele quer falar mais barato… como se fosse um Orkut ou um Twitter. Ele vai mudando e pagando menos.
É um passo inicial…
Quando Gutemberg inventou o livro, a Europa tinha uma estrutura hierárquica, centrada em reis e igrejas.
O livro permitiu que um conjunto de idéias (que não andavam circulando no planeta) pudesse ser trocado. Daquele momento em diante as organizações puderam se reestruturar.
Os reis e papas perderam a hegemonia com as revoluções que se seguiram, da francesa à russa.
Com a internet o que está em cheque é um outro tipo de hierarquia: a dos que sabem o que a sociedade quer, do presidente da empresa, ao gerente de marketing, aos políticos, etc…
Agora, todo mundo quer dizer e quer encomendar o que realmente lhe agrada.
É um novo passo… e se a Tim do nosso exemplo não entrar, e as demais nessa nova concepção, aparece a Tom… e fim de papo.
Sobre o autor
Carlos Nepomuceno (nepomuceno@pontonet.com.br) é professor, pesquisador e co-autor do livro Conhecimento em Rede (Editora Campus), coordenador do ICO, Instituto de Inteligência Coletiva e diretor da Pontonet. Mais dele no blog CNepomuceno e no Twitter.
Fonte: Webinsider
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