terça-feira, 7 de outubro de 2008

HP entra na onda do desenvolvimento colaborativo

Um novo conceito para pesquisa e desenvolvimento tecnológico vem ganhando força na HP. A idéia é trabalhar em conjunto com outras empresas, universidades e governo para acelerar e facilitar o processo de desenvolvimento de novas tecnologias. "Nem todas as pessoas inteligentes do mundo estão na HP", diverte-se Rich Friedrich, diretor do Open Innovation Office, braço do HP Labs criado em fevereiro deste ano justamente para promover o que se pode chamar de "desenvolvimento 2.0".


O trabalho de Friedrich, que está na HP há mais de 20 anos, é promover a interação da companhia com universidades, pesquisadores, governo e gente comum para incentivar o processo de desenvolvimento da empresa. Por ano, a fabricante investe 3,5 bilhões de dólares em P&D. Friedrich gostaria de ter mais dinheiro para destinar às suas pesquisas. Estabelecer as parcerias listadas acima, segundo o executivo, permite aumentar os recursos e o número de mentes debruçadas sobre os projetos. "A meta é ampliar o número de pessoas pensando sobre os mesmos problemas", resume.

As parcerias compõem o que a HP chama de ecossistema. No Brasil, 800 pessoas fazem parte desse ambiente colaborativo - metade funcionários da empresa e os outros 400 são pesquisadores, professores e estudantes de 14 universidades com as quais a companhia mantém parcerias no País.

Darlei Abreu, diretor de pesquisa e desenvolvimento da HP Brasil, destaca a qualificação do profissional brasileiro da área de TI, embora reforce o coro de reclamações de que as universidades não formam um volume suficiente de bons profissionais da área. "Trabalhamos com as universidades para mostrar os desafios que precisam ser enfrentados para suprir o que o mundo precisa", diz. "O desafio para um país como o Brasil é graduar mais engenheiros e cientistas", completa Friedrich.

Do centro de pesquisa brasileiro saíram diversos componentes instalados em computadores HP que são vendidos em todo o mundo. Redução de consumo de energia e gerenciamento de sistemas computacionais são algumas das áreas que tiveram a participação de brasileiros.

TI daqui a 15 anos
O grupo que Friedrich lidera é parte do HP Labs, área de pesquisa da empresa, que tem 30 mil engenheiros e 600 pesquisadores. Aos engenheiros cabe o desenvolvimento de tecnologias para os produtos da companhia. Já o foco dos pesquisadores é pensar no futuro, trabalhando no desenvolvimento de tecnologias no prazo de três a 15 anos.

Cinco áreas foram escolhidas como foco de pesquisa: explosão da informação, cloud computing, inteligência de infra-estrutura, transformação de conteúdo e sustentabilidade. "Resumidamente, a visão é como tornar as pessoas mais produtivas", explica Friedrich.

Alguns dos projetos desenvolvidos tratam de armazenamento em larga escala, segurança, privacidade, aplicações de cloud computing, redução da emissão de carbono e conversão de informação física em digital, de forma que os dados possam ser acessados por meio de qualquer dispositivo. "Queremos entender para onde o mundo está indo e tornar as interfaces simples para quem está habituado à tecnologia e para as pessoas para as quais essa evolução não é natural", completa.

Na visão de Friedrich, personalização é a palavra-chave do futuro tecnológico. "Os celulares de hoje podem ser usados em qualquer lugar do mundo, mas eles não são capazes de indentificar a melhor opção para o usuário fazer uma ligação, caso ele esteja em outro país, por exemplo".

48 hot topics
Uma das armas para se aproximar de novas "mentes brilhantes" e trabalhar o desenvolvimento colaborativo foi o lançamento do HP Labs Innovation Research Program, em maio deste ano. A empresa publicou em seu site uma lista de 48 tópicos dentro das cinco áreas de pesquisa para que universidades de todo o mundo inscrevessem projetos.

Em seis semanas, foram recebidas 450 propostas, de 200 universidades em 28 países. Metade dos projetos inscritos veio dos Estados Unidos. O Brasil participou com cerca de 25 inscrições. Foram escolhidos 41 projetos de 34 universidades, que receberão, cada um, 100 mil dólares anuais, ao longo de três anos.

"Foi a primeira vez que uma empresa publicou uma lista como essa", destaca, acrescentando que os projetos selecionados terão que apresentar resultados para a empresa, de forma a receber a verba. A versão 2009 do programa será divulgada no início do próximo ano.

Cloud Computing
Uma das maiores apostas da HP é a cloud computing. Tanto que no fim de julho a empresa anunciou um projeto em parceria com Intel e Yahoo para criar seis centros de pesquisa em cloud computing espalhados pelo mundo: três nos Estados Unidos, um na Alemanha, um na Inglaterra e um Cingapura. A localização foi determinada também pelo apoio recebido de universidades e governos locais. "Eu gostaria ver um desses centros na América Latina e eu adoraria de ver um no Brasil", diz Friedrich, sem fazer promessas.

Cada um dos seis data centers terá entre mil e quatro mil processadores. Tamanha capacidade será usada para testar e explorar aplicações de cloud computing. E Friedrich acredita que esse trabalho promoverá o surgimento de novas aplicações na área.

Na opinião do diretor, dois tipos de barreiras que inibem o avanço da cloud computing. O primeiro é técnico e abrange questões como escala, segurança e disponibilidade de aplicações. A iniciativa conjunta entre HP, Intel e Yahoo permitirá testar e aprimorar essas questões técnicas.

O segundo é cultural. "A maioria das pessoas não gosta de mudança e quer ver as coisas funcionando antes de tomar uma decisão", opina. Friedrich acredita que à medida que a geração Y avance no mercado de trabalho, naturalmente a visão sobre algumas tecnologias inovadoras vai mudar. "Eles vão ajudar a promover a mudança, porque vêem as coisas de forma diferente".

Fonte: Computerworld

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